O que Te Faz Único?

O trabalho ou ofício não deveria ser algo que façamos somente para nossa subsistência, penso que esse conceito está mudando e muitos já encaram o trabalho como realização. 

Como seres completos e complexos, não deveríamos buscar por atividades que nos fragmentem, e sim por algo que nos faça sentir mais completo, logo realizado. 

Tentamos nos encaixar ou nos adequar a um perfil, para ocupar uma função ou cargo, focando no que fazemos e deixando um pouco esquecido quem somos.

Porém quem somos e nossos valores pessoais é que irão agregar algo de valor ao que fazemos. 

Escrevi o texto a seguir em Abril de 2013.

Tenho refletido sobre como lidamos com o trabalho, nosso ofício. 

Se voltarmos algumas épocas, entre os séculos XV-XX, quando existiam reinados dominados por pessoas que se achavam donas das terras e de tudo que nelas existisse, inclusive pessoas. Analisando seu modo de vida: viviam em palácios, com muitos quartos, salas e tinham ao seu dispor vários, diria até centenas de serviçais ao seu dispor, para arrumar as roupas, dar banhos, cuidar da arrumação, cozinhar, etc. Muitas revoluções aconteceram, classes reivindicaram seus direitos, seu espaço. 

Mas será que muito mudou? 

Continuamos tratando alguns como nossos serviçais. Ah! Quem não gosta de ser servido, de se sentir importante ao ter alguém que lhe sirva, lhe faça comida, arrume sua casa.

Temos grandes incorporações que monopolizam o mercado, determinando as regras de quem trabalha e em quais as condições de trabalho. 

Somos ainda escravizados por um modo de vida que nos limita não nos permitindo viver em nossa plenitude. 

Quem sabe poderíamos ser realmente independentes e não estarmos vinculados a uma só empresa. Oferecermos nossa capacidade, nosso conhecimento, nosso saber a vários segmentos. 

Ao amadurecermos como civilização perceberemos que não precisamos nos proteger do outro, cada um terá conhecimento do seu valor. As empresas não precisarão se preocupar com espionagem, se outras copiarão seus produtos porque entenderão que seres únicos que somos, cada um tem seu modo de fazer algo, mesmo que seja parecido nunca será igual. 

Paremos para pensar, ninguém por mais que queira não consegue fazer nada exatamente igual, eu mesma nunca consegui fazer um bolo igual ao da minha mãe mesmo tendo a mesma receita e sabendo dos “segredos” que ela usava para fazer o bolo. 

Pode ser utopia, tolice, mas porque não pensar e até acreditar em um mundo diferente sem tanta cobiça, manipulações, interesses. 

Porque não começamos a mostrar as crianças que não devemos agir por competição, que isso não faz mais parte da natureza humana, não temos mais nada a conquistar a não ser a nossa própria verdade, nossa essência, que devemos aprender a descobrir o nosso melhor e isso não nos faz mais esperto que o outro, nos faz Único

Voltando para 2020 (quando atualizei este texto), fico feliz em ver que essa minha reflexão não era tão utópica.

Com o avanço tecnológico percebemos o quanto será mais relevante para nossas carreiras focarmos em nossos habilidades interpessoais (soft skills) tanto quanto em conhecimento.

Vemos tantos falando sobre a reconexão com nossa essência para descobrimos o que temos de único que podemos oferecer ao mundo.

Conforme vamos ampliando essa conexão novas áreas de trabalho mais flexíveis, mais cooperativas vão surgindo e novos conceitos vão sendo implantados , como Open Innovation — ou inovação aberta, em português , onde se permite o compartilhamento de ideias, conhecimento e talentos.

Começamos a abrir espaço para escolhermos onde e como iremos trabalhar. Valorizando quem somos e o que temos para oferecermos ao mundo.

Vamos trilhar juntos essa nova jornada sendo o nosso melhor.

Não olhe para o outro como um adversário.

A vida não é uma competição.

Texto publicado em 15 de março de 2020, no meu blog anterior.

Obrigada pela leitura!

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *